Amanda passou a mão na barriga, sentindo uma espécie de orgulho secreto. Uma coisa estranha, diferente. Parecia que de repente sua vida tinha um valor inestimável. Afinal, ela não era mais uma só... Ela era dois em um.
Mal conseguia acreditar, mas depois de constatar que as coisas não estavam normais, foi ao Saint Mungus e descobriu que suas suspeitas estavam corretas. Ela estava esperando um filho!
Não sabia como Nathan ia reagir, mas achava que ele ia ficar feliz, ou ao menos esperava isso.
Quando saiu da loja, foi direto pra casa, feliz e disposta a contar para o noivo a novidade. "Eu poderia fazer o jantar, com uma boa ajuda da minha varinha... E aproveitar a ocasião para contar a ele."
Ela entrou e seguiu pela sala.
Ouviu vozes vindas do escritório.
"Estranho... Não era para ter ninguém em casa."
Ela se aproximou da porta e encostou o ouvido lá.
-Você tem que ir embora. Amanda vai chegar logo e ela não pode vê-lo aqui. - Era a voz de Nathan.
-Você devia terminar com essa vadiazinha. Garanto que é uma mestiça. Ela entrou na escola no ano em que eu era monitor. Era da Lufa-lufa. Uma destrambelhada.
-Cuide da sua esposa, Lúcio, e eu cuido da minha.
-O Lord das trevas pode não ficar muito feliz com esse seu caso. No começo, ele tolerou, mas agora a coisa está ficando séria demais. Essa mestiçinha pode acabar ouvindo alguma coisa e falando por aí.
-Já disse pra você cuidar da Narcisa. Sabe que aquela vaca não presta?
-Não fale assim da minha mulher! Narcisa é uma bruxa respeitável.
-Na sua frente.
-Pare de fazer insinuações sobre ela!
-Então pare de falar de Amanda. Eu sempre sou discreto com relação a meus negócios. Ela não gosta de burocracias bancárias e políticas e não faz questão de perguntar detalhes sobre o que faço. Ela não vai saber de nada.
-Se você prefere assim...
-E, Lúcio, ela não é mestiça. Eu nunca dormiria com uma porca.
Era demais. Mandy se afastou e subiu as escadas o mais rápido que conseguiu sem fazer barulho.
Sua cabeça parecia girar... Nathan era um seguidor de Lord Voldemort! Não podia ser... Ele era tão bom... Tão gentil, tão gentleman...
"Mas aquelas coisas que Ava me disse... E ele fez questão de me tirar do Beco Diagonal e de me transformar numa mulher mais discreta... Ah, Merlin, e eu caí como um patinho."
Ela sentiu os olhos marejados.
Precisava ir embora, sair daquela casa, sair de perto daquele homem...
Aparatou no Beco Diagonal e estava de volta ao seu pequeno quartinho.
Jogou-se na cama.
Só então deu livre vazão às lágrimas que vertiam dos seus olhos. Fora enganada, iludida e manipulada e nem se dera conta disso. Havia aceitado se mudar para a casa de Nathan logo depois da morte da mãe dele. Ele dissera que não gostava de viver sozinho e que os dois já estavam namorando havia tempo suficiente para isso. Ela aceitara, feliz por poder passar mais tempo com ele. O amava. E agora, todo o seu sonho ruíra.
Ela chorou durante um bom tempo, soluçando muito com a cabeça afundada no travesseiro.
Quando conseguiu se controlar, lavou o rosto e se olhou no espelho.
Tinha um rostinho frágil, como se fosse uma boneca de porcelana.
"Mas eu não sou. Eu sou uma mulher. Eu sou uma mãe."
Havia uma tesoura sobre a mesa de cabeceira. Ela pegou o objeto na mão e começou a se livrar dos cachos que já tinham sido seu motivo de orgulho por muito tempo.
"Agora todo o meu orgulho vira de você, bebê, porque você é a melhor e única coisa que eu tenho na vida."
sexta-feira, 3 de julho de 2009
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