Londres, 1980.
O apartamento localizado no subúrbio de Londres era mais do que perfeito. Só trouxas moravam ali perto e isso era perfeito para uma camuflagem.
Ava havia acabado de arrumar tudo, com uma boa ajuda de sua varinha. Aproveitou-se da escuridão da noite para fazê-lo sem que ninguém notasse. Ajeitou a mobília, os artigos de decoração, as louças e roupas com uma organização metódica, enquanto Coraline, o bebê bonitinho, dormia serenamente em seu berço.
Quando terminou, jogou-se no sofá da sala e ficou ali por alguns instantes. Levantou, disposta a ir dormir, e passou pelo quarto da sobrinha. Viu que ela se mexia, deitada no berço.
Ava parou na porta e ficou olhando o movimento dos membros da criança. Seguiu lentamente até o berço e o bebê a fitou, abrindo a boca sem dentes e babando-se toda.
A mulher não pôde conter um sorriso ao ver a pequena.
-Você se parece muito com Mandy... Eu só espero que tenha mais juízo do que ela. –Sussurrou, pegando o bebê no colo e afagando sua cabeça, onde uma boa quantidade de fios castanhos já tinha começado a crescer.
-Coraline... – Ela murmurou o nome. Tinha pensado em rebatizá-la, com um nome mais convencional, mas achou que não tinha esse direito, afinal, aquele já era o nome da criança, dado pela mãe dela. De uma forma ou de outra, Ava tinha começado a amar aquela criança. Ela tinha sido o que lhe restara, sua esperança de amor. Amanda, sua irmã e última parente viva, estava morta. Bill havia acabado o noivado e ela não podia culpá-lo, afinal, nunca o amara com todo o coração, gostava dele e o respeitava, mas sempre faltava algo a ser preenchido. Agora, só lhe restara aquele bebê, que ela prometera criar como se fosse seu e assim faria. Criaria aquela menina como se ela fosse sua filha, daria a ela educação e mimos e prepararia para entender a verdade, quando ela precisasse ser dita. Porque mais cedo ou mais tarde, Coraline Bianca Carter descobriria que não era filha dela e iriam surgir dúvidas, talvez revolta... O importante era guiá-la, para que ela não acabasse como Amanda.
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Gente, atraso de um dia no post... Aqui acaba a primeira série Marcas do Passado, a próxima começa na semana que vem (pontualmente no dia normal, que é sexta).
sábado, 15 de agosto de 2009
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