1978- Londres, Inglaterra
Amanda inspirou fundo, nervosa. Eram quase oito horas. Ela havia se arrumado com esmero para a noite: escolhera um vestido de tecido leve num tom de azul celeste que realçava seus olhos e sandálias pretas de salto médio. Usava apenas uma correntinha de prata no pescoço e pouca maquiagem.
Às oito, pontualmente, Nathan bateu a porta. Ela atendeu, sentindo-se muito nervosa.
-Boa noite. - Disse, sorrindo.
-Boa noite. Meu Merlin, você está ainda mais bonita do que ontem. - Ele a segurou pela mão e fez com que ela girasse para analisar o efeito.
-Eu... Você me deixa encabulada com todos esses elogios. - Ela o repreendeu. Sorria, no entanto.
-Estou sendo sincero, apenas. Vamos?
Ela assentiu com a cabeça e os dois saíram para a ruazinha agora vazia.
-Aonde vamos? - Ela perguntou.
-A um restaurantezinho italiano que conheço. É a melhor comida bruxa que você vai encontrar em Londres.
-Se você diz... - Ela deu de ombros.
Os dois aparataram. Quando abriu os olhos novamente, Amanda vislumbrou a fachada de um prédio antigo em perfeito estado, que parecia muito respeitado.
-É o El Caravagió... Não posso comer aí... Nem sei usar o monte de talheres que eles têm... - Ela arregalou os olhos e fez uma careta.
-Eu a ensino. - Ele respondeu com um riso que não era de deboche.
-Ahn... - "Aonde eu fui amarrar o meu burro..."
Os dois entraram e foram recebidos pelo maitre.
-Boa noite, Sr. Earschaw. E Srta.
Amanda se esforçou para sorrir.
Logo os dois estavam na mesa, um em frente ao outro.
Agora Amanda se sentia completamente desconfortável. "Eu não devia ter aceitado..."
Nathan perguntou o que ela queria. Ela disse que ele podia decidir.
Depois que ele fez o pedido, virou-se para ela.
Sem hesitar, ele segurou a mão dela. Tinha a mão suave. Não era como a do Sr. Carter, pai de Amanda, que era áspera e calejada.
Ela fitou aqueles olhos azuis e redondos e sentiu-se mergulhada naquela imensidão. Sorriu e sentiu-se muito mais segura.
Tiveram um jantar animado, conversando sobre suas vidas e seus gostos como em qualquer encontro. Não tinham nada em comum.
Nathan era o filho único de uma família de sangue puro muito tradicional e muito rica. Seu pai passara a vida trabalhando no Ministério e ele até pensou em seguir a carreira política, mas acabou escolhendo trabalhar no Gringotes. Tinha 36 anos e vivia numa casa elegante num bairro tradicional de famílias bruxas. Sua mãe viúva morava com ele.
Ela era filha de uma família bruxa qualquer. Seu pai passou a vida trabalhando como condutor do noitibus e quando morreu não deixou nenhuma herança para as filhas. Ela trabalhava numa lojinha de perfumes mágicos e fazia um curso para aprender a criá-los, morava num apartamento apertado nos fundos da loja e tinha 20 anos.
Mesmo assim, tiveram uma noite agradável e se entenderam muitíssimo bem.
Quando Nathan a levou em casa no fim da noite, ele olhou-a com um sorriso torto. Ela ficou olhando pra ele, esperando.
-Gostei muito da noite. Acha que podemos repeti-la?
-Por que não? - Ela sorriu amplamente.
Ele sorriu também e aproximou seu rosto, encostando seus lábios nos dela com suavidade. Lentamente suas línguas se roçaram, num movimento preguiçoso, sem pressa alguma, num beijo que durou alguns minutos.
Quando ele se afastou, Amanda sentia-se meio tonta.
-Boa noite, Mandy. - Ele sorriu.
-Boa noite. - Ela sorriu também.
Ele seguiu até um canto e desaparatou deixando Amanda parada na porta, completamente atordoada.
sexta-feira, 19 de junho de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário