sexta-feira, 26 de junho de 2009

Uma conversa entre irmãs

Nottingham, 1978.

Amanda Carter abraçou sua irmã com força.
-Feliz aniversário, Ava. - Ela exclamou sorrindo.
-Obrigada, Mandy. Mas você sabe que odeio esse tipo de coisa e...
-Seja menos neurótica só por hoje. É domingo. E faz tanto tempo que não nos vemos... - A mais nova fez uma careta de pidona.
-Está bem. - Ava revirou os olhos. - Quais são suas novidades?
-Estou namorando. - Ela sorriu.
-Você? Não me diga que você voltou a namorar aquele hippie... Como era o nome dele?
-Ernest Copperfield. - Amanda lembrou-a.
-Esse mesmo.
-Não, não é o Ernest. O nome dele é Nathan Earschaw. Ele é...
-Ah, meu Merlin! O Earschaw?
-Você o conhece?
-Claro que sim. E não gosto nada dele, se quer saber. Ele é cínico demais. - Ava torceu o nariz.
-Não seja boba. - Amanda repreendeu a irmã de forma divertida, como se ela estivesse dizendo a coisa mais absurda do mundo. -Ele é maravilhoso. É verdade que somos completamente diferentes, mas eu tenho certeza de que estou apaixonada por ele, Ava. - Os olhos de Mandy brilhavam enquanto ela falava, de forma que Ava achou melhor não contestar.
-Não é o tipo de homem com quem eu pensei que você ficaria. – Limitou-se em observar.
-Nem eu... Mas enfim... Os opostos se atraem, não é?
-Acho que sim.
-E você? Ainda está com o Bill?
-Sim.
-Que ótimo! Já posso ouvir sinos de igreja tocando... Podíamos nos casar juntas!
-Mandy, acho que você está fantasiando demais.
-É... É que estou tão feliz...
Ava riu da irmã, que parecia uma criança ansiosa por ganhar seu presente de natal. Amanda sempre fora assim: infantil, impulsiva e passional. Ela sempre enxergava o lado bom em tudo.
As duas conversaram por mais algum tempo, até Amanda ir embora.
-Prometi me encontrar com o Nat. - Ela sorriu antes de dar um beijo na bochecha da irmã mais velha e se despedir.
Ava fechou a porta e ficou olhando para o sofá. Aquilo era perigoso. Ela não era intima de Nathan Earschaw, mas o conhecia de vista e tinha plena certeza de que ele não era o poço de bondade e altruísmo que Amanda pensava que era. Até corriam boatos de que a mãe dele era partidária de Lord Voldemort!
Quando William Barker entrou em casa e a encontrou imersa em pensamentos, sentada no sofá, perguntou curioso o que havia acontecido.
-Mandy... - Ela respondeu e contou a ele a história.
-Não fique preocupada assim com ela. Tenho certeza de que ela sabe se cuidar.
-Eu espero que sim...
-Vamos, é seu aniversário! Não é todos os dias que se completa 25 anos.
-Tem razão.
-Vamos jantar fora. Já fiz as reservas.
-Você não existe, Bill...
Ela deu um beijo longo e apaixonado no namorado.
-Vou me trocar. - Disse, levantando-se e correndo para o quarto.
Enquanto escolhia uma roupa, porém, Ava não conseguia tirar a irmã da cabeça. Temia que ela acabasse magoada. Apesar de parecer forte, Mandy era psicologicamente muito frágil.
Quando voltou à sala vestindo um tubinho preto e sandálias prateadas, Bill sorriu e ela acabou deixando a irmã de lado. Naquela noite, tinha outras coisas muito mais interessantes em que pensar.

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