O Sol amanhecia no orfanato e os primeiro raios de Sol atingiam os olhos fechados de Nádia. A garota virou o corpo na direção oposta e colocou o edredom em cima de seu rosto; a medida que o tempo foi passando a garota foi perdendo o sono e acabou por levantar. Enquanto ela vestia a roupa podia ouvir os cochichos e risadas dos quartos ao lado e lembrou que tinha que se apressar para poder usar um banheiro descente.
Ela aprontou - se o mais rápido que pode e, ao sair do quarto, viu que a fila já estava chegando na sua porta. Antes que pudesse entrar na fila uma garota empurrou - a para dentro do quarto e fechou a porta. Nádia levantou correndo e, ao sair novamente do quarto, viu que a fila já estava chegando perto das escadas. A morena deu um tapa na própria cabeça e foi para o final da fila tentando não ser empurrada ou esmagada por algum interno maldoso.
Tão demorada a chegada ao fim da fila, mal a garota chegou e a inspetora gritava da porta do banheiro:
- O último da fila lava o banheiro!
Nádia reclamou consigo mesma e decidiu sair da fila; a garota sabia que não conseguiria escovar o dente muito menos tomar banho sendo a última e, para não ter vontade de vomitar antes de olhar o café, saiu da fila, jogou suas coisas em seu quarto e desceu as escadas em direção ao refeitório.
Chegando lá ela pôde perceber que Anita já havia colocado as tigelas e resolveu sentar antes que a empurração do banheiro se instalasse no refeitório.
Em menos de quinze minutos gritos e berros eram ouvidos e ficando mais altos a medida que os internos preenchiam o refeitório. Bem antes do sinal da banha bater Anita já estava com uma panela enorme na sua frente gritando "BOM DIA" para todos e colocando o mingau nas tigelas. Nádia sentiu vontade de vomitar de novo, apenas de olhar para o mingau; muitas meninas faziam essa cara e remexiam a gosma chamada de mingau. Nádia amava Anita, mas sabia que mingau não era seu forte.
O café da manhã foi rápido, a diretora não tinha inspecionado ninguém naquela manhã. Assim que terminou o café, Nádia pegou sua tigela, levou - a em direção à pia e foi falar com Anita:
- Bom dia Anita.
- Buenos días querída. - Anita respondeu com um sorriso. - Tenho coisas para você.
Nádia já sabia o que era, apenas balançou a cabeça e foi para seu quarto. Assim que entrou a menina fez sua cama e guardou os livros de magia dentro de uma tábua solta do piso. Pegou as cartas empilhadas em baixo do travesseiro e colocou embaixo do colchão e pegou um pergaminho e uma tinta para escrever uma carta.
Passando algumas horas, Nádia ouviu passos na escada e foi em direção à porta para ver o que era. Dia de inspeção de quartos!
- ÓTIMO! TUDO QUE EU QUERIA! - A morena resmungava, pois sabia que seu quarto seria o mais inspecionado.
O mais rápido que podia fazer, Nádia pegava as coisas que estavam desarrumadas e tentava arrumar tentando não tropeçar em nada. Além do mais, a garota rezava para que a Diretora não ouvisse o fundo falso que ela havia criado.
Sem nem sequer bater, a Diretora entrou no quarto, mas Nádia fingia ler uma revista velha.
- Riddle, inspeção.
- Pode inspecionar. - Nádia respondeu rispidamente.
A Diretora demorou mais de dez minutos no quarto da menina , passando o dedo nos móveis, abrindo os armários. Enquanto a mulher inspecionava a cama, Nádia cruzou os dedos para que ela não olhasse debaixo do colchão e encontrasse suas cartas.
- Bem, aparentemente parece que está tudo em ordem. - A Diretora respondeu.
- Pois é. - Nádia respondeu com um sorriso irônico.
- Você não tem um banheiro para lavar? - Lembrou a direto, agora a mesma com um sorriso irônico.
- Tenho sim.
- Não vai lavar? E, aproveitando, a louça hoje é sua!
- Tudo bem.
Nádia esperou a mulher sair do quarto e começou a xingar o armário; mas não era hora, o esfregão e o balde a esperavam.
segunda-feira, 20 de julho de 2009
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