Um loiro britânico encolhido em sua capa de chuva andava pelas
ruas de Washinton, uma tempestade horrível com raios
relâmpagos e nem um mísero guarda-chuva... Ótimo! Pensava
Aurélio e para "melhorar" nada de aparatar, mais uma regra para
se protegerem. O jovem estava encharcado, sem poder usar
magia e de mau humor... Mais uma morte de trouxa, aconteciam
tantas vezes, por que ele ainda se contentava em se preocupar
com tudo aquilo? Por que não voltar para casa e voltar ao
comando de sua empresa? Ao invés de deixar sua tia de idade
comandá-la? Por que continuar num emprego mal renumerado e
fracassado?
Ao chegar em frente ao prédio que morava o rapaz viu uma
mulher ruiva parada em frente a porta completamente
encharcada. Aurélio não conseguiu acreditar no que via... Cecille
Armstrong parada em sua porta, o rapaz quase tinha se
esquecido o quão bela ela era...E aquela chuva...Aquela pele de
porcelana molhada...Aqueles cabelos ruivos...Aquele dia infernal...
Tudo a fazia tão convidativa...
O inglês se aproximou da ruiva e perguntou:
-Aconteceu alguma coisa, Srta. Armstrong?
-Sim, quer dizer... Eu andei pensando sobre o que você disse na
festa e...e...Eu gostaria de ouvir a sua versão dos fatos, não
precisa ser hoje...
-Não... Eu posso conversar agora...eh...quer dizer...por que não
entra? Vai pegar uma bela de uma gripe assim... Aceita uma
xícara de chá...ou café sei lá...?
-Chá está ótimo.-Disse ela.
O rapaz assentiu e foi em direção a porta abrindo-a e dando
passagem à mulher. Cecille acenou com a cabeça em
agradecimento e entrou seguida de Aurélio que foi andando na
frente e indo em direção as escadas para chegar ao apartamento.
Ao abrir a porta do apartamento, as luzes se acenderam
magicamente. O loiro fechou a porta quando a moça entrou e se
perguntou se era adequado trazer uma noiva de um outro homem
ao seu apartamento. Antes de se responder à própria indagação
foi interrompido em suas divagações pela ruiva:
-O senhor se importaria caso eu usasse o seu banheiro para me
secar?
-Oh, não claro que não.. .Desculpe a minha falta de tato, é a
terceira porta do corredor a direita.
-Obrigada.
O loiro passou a mão pelos cabelos e percebeu que estava
pingando a água da chuva no piso de madeira. O rapaz sacou a
varinha secou-se e em seguida fez o mesmo ao piso. Colocando o
casaco sob o sofá e indo em direção a cozinha fazer o chá.
Cecille voltou completamente seca, os cachos caindo displicentes
emoldurando seu rosto delicado. Ao terminar de pôr a água para
esquentar a ruiva o agradeceu:
-Obrigado por me receber assim tão inesperadamente...
-Não seja por isso... A senhorita está com fome? Posso pegar
uns biscoitos ou pedir alguma comida ou sei lá.
-Ah... Não...Estou bem obrigada.
-Ok.
Os dois jovens ficaram embalados num silêncio constrangido,
ambos olhavam para baixo, tudo o que se podia ouvir era a
respiração de ambos e o barulho da água começando a ferver...
Após algum tempo a chaleira começou a chiar, o rapaz foi até o
fogão desligou o fogo, preparou o chá enquanto Cecille se
sentava num banquinho do balcão da cozinha.
Aurélio trouxe em uma bandeja o chá com todos os
acopanhamentos de um chá a la Londres, Cecille sorriu em
agradecimento e pegou sua xícara bebericando o líquido
quente.Enquanto Aurélio mexia seu chá falou:
-Bem senhorita, o chá era apenas um pretexto... Estou pronto
para ouvi-la.
-Eu quero saber a sua versão dos fatos, a sua versão sobre toda
esta guerra.
O britânico assentiu e depois que terminou de mexer o seu chá,
contou a Cecille tudo o que sabia, detalhe por detalhe não
deixando escapar nenhuma das informações que sabia e que
podia compartilhar com uma mulher tão envolvida no lado obscuro
do confronto.
-É um tanto diferente do que eu tinha ouvido... -Disse ela, quando
Aurélio terminou sua narrativa.
-É...
A ruiva encheu os olhos com lágrimas e mordeu o lábio inferior
tentando conter um soluço, enquanto ficava de costas ao balcão.
Aurélio saiu de trás da bancada, ficou em frente a Cecille e
pousou as mãos nos ombros frágeis da garota:
-Não fique assim. -Sem perceber o rapaz se aproximou do rosto
da ruiva.
A mulher abriu a boca e olhou para o rapaz avançando com o
rosto e beijando os lábios do loiro. Sendo correspondida por ele
que a puxou para si e desabotoou o casaco dela enquanto a
mesma arrancava-lhe a camisa, o rapaz pegou-a no colo e ambos
se dirigiram para o quarto.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
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